TENDÊNCIAS EM ATENÇÃO DOMICILIAR
O setor de atenção domiciliar vem se profissionalizando cada vez mais. O surgimento do Núcleo Nacional das Empresas de Atenção Domiciliar -NEAD, entidade nacional representativa do segmento, e a constante inquietude dos convênios na busca por novos critérios e aprimoramento das suas políticas de atenção são exemplo disso. As novas diretrizes dos convênios têm sido desafiadoras e estimulantes para os prestadores, que buscam inovação nas suas ações e forma de pensar. A Assiste Vida recentemente incorporou duas outras empresas de mercado, tornando-se a maior empresa de atenção domiciliar no estado da Bahia em atuação geográfica. Neste contexto, entrevistamos o Dr. Tarcyo Bonfim, Sócio e Diretor de Negócios da Assiste Vida, sobre tendências no segmento de atenção domiciliar.
AV- Qual a principal tendência no segmento de atenção domiciliar?
TB- Ter o paciente no centro do cuidado gerenciando-o de forma preventiva e integrativa. As operadoras estão tendenciando à vigilância contínua de modo que o serviço de atenção domiciliar faça a interlocução com os demais serviços de saúde tendo como estratégia o vínculo, a “slow medicine” e a “choosing wisely”. Atuar como gerenciadora do cuidado do paciente portador de fragilidade e vulnerabilidade agrega valor ao cuidado além de redução de custo, o que é uma grande tendência.
AV- O Sr. pode falar um pouco mais sobre “slow medicine” e “choosing wisely”?
TB- Todos já compareceram a consultas rápidas com prescrição de inúmeras medicações e solicitações de diversos exames complementares. A slow medicine (medicina sem pressa) é um conceito contrário a isto, que defende a atenção cuidadosa no momento do atendimento ao paciente, o diálogo e o respeito à individualidade de cada um. Ela promove a observação e a investigação parcimoniosa para melhor tomada de decisões sobre o plano terapêutico, além do cuidado na escolha e indicação de medicamentos e procedimentos principalmente para idosos. Trata-se de uma forma mais cuidadosa, integrada e segura de fazer medicina. Já a choosing wisley, que pode ser traduzida como “escolha com sabedoria” é uma iniciativa das sociedades médicas praticada em diversos países, que propõe a não exames, procedimentos e medicamentos
onde não haja evidências sobre a real necessidade de intervenções médicas ou diagnosticas. Desta forma evita-se o desgaste e a exposição desnecessária do paciente a intervenções. Ambas estratégias são complementares, quando por exemplo, o médico evita que um paciente idoso com
expectativa de vida reduzida seja exposto a medicações que não proporcionarão benefícios a curto prazo e aumentam dos riscos de agravo a saúde.
AV- Como tem sido para a Assiste Vida, seguir as tendências de mercado após a ousada estratégia de fusão corporativa?
TB- Sobre a ótica assistencial, as tendências são convergentes com a nossa forma de pensar e agir, pois valorizamos a gentileza e o paciente no centro do cuidado. Sobre a ótica estratégica, temos integrado três pilares que fortalecem o vínculo do profissional de saúde com os nossos pacientes; eficiência operacional, cultura e liderança.
Toda a estratégia norteadora da Assiste Vida promove a eficiência operacional, item de grande importância para a fase que o segmento de saúde está enfrentando, onde se busca redução de custo e melhoria da qualidade dos serviços. Através da cultura organizacional, promovemos
alinhamento entre propósito e governança pautada em valores sólidos. E por último, mas não menos importante, está a liderança evolutiva com foco no aprendizado e desenvolvimento das pessoas que ficam a frente de todo o trabalho.